quinta-feira, 10 de abril de 2014

Isso é música para os ouvidos... E para a saúde

Música e saúde
“Forma de arte que consiste de sequencias de sons, principalmente tons de altura definida organizados melódica, harmônica e ritmicamente, e de acordo com o timbre”, esta seria uma definição para o que é música. Mas, nem toda música possui todos os seus elementos (a melodia, a harmonia, a altura, o ritmo e o timbre), e nem toda música pode ser considerada uma forma de arte, o que não impede o sucesso de músicas consideradas medíocres.

Foi ao longo dos séculos que a música foi evoluindo. Antes de Cristo já havia uma rica tradição musical em locais como a Índia, no Egito, na China e Grécia. A música representava um importante papel no dia-a-dia de todas as civilizações da antiguidade. 

Uma tradição que não era transmitida através da escrita, e sim oralmente. Pinturas, mosaicos, estátuas e restos de instrumentos musicais testemunham a importância da música nas festas, nas guerras e nos ritos religiosos.

Por volta de 7.000 a.C., surgem as primeira flautas chinesas, feitas de ossos. Em torno de 4.000 a.C., os egípcios cultuavam a deusa Hator, uma deusa da música e faziam uso de harpas. No século 1 de nossa era, os romanos inventam o hydraulium, um órgão de tubos movidos a água e um trompete reto. No século 5, as músicas árabes são marcadas pelo uso do alaúde. Em torno do ano 800 os maias cultivam a música com o tlapitzalli, um tipo de flauta e com o teponatzli, um tambor. O século 10 é marcado, na África, pelo surgimento de vários instrumentos musicais e ritmos diversos.

A maior parte da música no Ocidente despontou com a propagação do cristianismo, principalmente com o cantochão (cantado em igrejas) e o canto gregoriano, cantado à capela, que foi sistematizado em torno do ano 600, durante o papado de Gregório I (daí o seu nome), que faz parte até hoje do ritual católico. No Renascimento, entre 1450 e 1600, surgem as primeiras peças exclusivamente instrumentais. Em 1607, é encenada a primeira ópera: Orfeu. Em 1800, a valsa é admitida nos salões da nobreza europeia. Em 1830 a polca, surgida na República Checa, é marcada pelo ritmo acelerado e pelo uso de tuba e acordeão. Em 1890, na parte mais pobre de Buenos Aires, nasce o tango.

Brasil, país marcado pela musicalidade.


No Brasil, país marcado pela musicalidade, viu surgir em Pernambuco, no século 17, um ritmo marcado pela força dos tambores e com base nas congadas: o maracatu. No século 18 o lundu fazia sucesso, misturando os tambores dos escravos de Angola com instrumentos de cordas portugueses. Em 1808 é a vez de o choro aparecer, fazendo uso do clarinete e do cavaquinho. Em 1899, a marchinha se torna sucesso, tendo Chiquinha Gonzaga, seu maior expoente. Em 1900, tendo os metais das bandas e fanfarras como inspiração, surge no Recife o frevo. Em 1917, é a vez do samba, que surge na Bahia, migra para o Rio de Janeiro e conquista o país. Baião, bossa nova, axé, funk carioca, sertanejo, mangue beat... Este é o país do carnaval e dos ritmos musicais.

Pelo mundo existe uma profusão de músicas e estilos de tirar o fôlego: gospel, jazz, blues, country, rock, soul, funk, folk, rap, tecnopop, disco music, hip hop, heavy metal, rumba, chachachá, mambo, reggae, salsa, punk rock, rock gótico, new wave, grunge, house, electro, cuduro... ufa! A globalização acelerou a junção de ritmos e novos estilos surgiram em todo o mundo.  A popularização da internet propicia o acesso e o conhecimento de gêneros musicais dos quatro cantos do globo

Música, além do entretenimento.


Mas a música é muito mais do que entretenimento e diversão. Já se sabe que sons harmoniosos ajudam as pessoas a recuperar, manter e estimular a saúde. Estamos falando da musicoterapia, que assim como todo tratamento psicológico, requer intenso relacionamento terapêutico, onde o paciente faz uso de sua voz ou de instrumentos fáceis de tocar, para a produção de som, sem a preocupação de formação musical. Também se sabe que estilos musicais diversos, afetam as pessoas de formas diferentes e que a música, quando corretamente utilizada, ativa o centro de prazer docérebro (como o sexo e o chocolate), liberando dopamina e causando uma sensação de bem-estar.

Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Musicoterapia de Heidelberg, na Alemanha e da Universidade St. Edward´s de Austin, Estados Unidos, resumem seus conceitos sobre a musicoterapia em três fases: primeiro, há uma melhora do bem-estar subjetivo; depois, dos sintomas e, por último, do nível funcional geral. Também nos Estados Unidos, na Universidade de Maryland, estudiosos provaram que canções consideradas especiais para um indivíduo tem efeito direto sobre sua saúde cardíaca. Já o Centro de Pesquisa Biomédica em Música, da Universidade do Colorado, Estados Unidos, pioneiro na musicoterapia neurológica, estuda a ligação entre ritmo, funções cerebrais e sequencias de movimentos em pacientes com deficiências cerebrais degenerativas ou traumáticas.

As pesquisas científicas sobre musicoterapia ainda estão engatinhando, no entanto, sua aplicação já se faz presente para controlar crises de enxaquecas e na geriatria (onde a música terapêutica ajuda a tirar pessoas que sofrem de esclerose do isolamento social, melhorando seu bem-estar). Em 2008, em estudo publicado na revista científica The Lancet, mostrou que a música contribui para a reabilitação de indivíduos que sofreram derrame. Um exercício musicoterapêutico também pode ajudar pessoas a superar o medo de fazer diálise pela primeira vez. Em outros estudos clínicos, a musicoterapia mostrou-se eficaz em adultos que sofrem de dores crônicas, dobrando, no mínimo, as chances de êxito de uma terapia medicamentosa.

No Brasil, segundo a União Brasileira das Associações de Musicoterapia – Ubam, existem hoje oito cursos de graduação nos estados do Rio de Janeiro, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, além de sete pós-graduações. A musicoterapia é empregada em centros de saúde, hospitais, clínicas universitárias e clínicas particulares, principalmente para pessoas com distúrbios neurológicos, autismo, esquizofrenia, deficiências motoras ou cognitivas, as doenças do envelhecimento (Alzheimer, escleroses), em procedimentos pré e pós-operatórios e HIV.

No Hospital Albert Einstein, de São Paulo, o tratamento começa com uma entrevista para coletar dados do paciente e suas preferências musicais. Canto, instrumentos musicais e conversas sobre músicas são utilizados no tratamento, que é feito de acordo com as necessidades do paciente, que são submetidos a sessões que duram de 30 a 45 minutos. No Albert Einstein a musicoterapia é aplicada em pacientes da diálise, oncologia, maternidade, reabilitação e pediatria.

As pesquisas em andamento e o resultado prático devem aumentar a disposição dos médicos em levar a sério a musicoterapia. No futuro, os efeitos curativos da música vão adquirir um significado cada vez mais especial. Na atualidade, já se conhece que a música melhora a comunicação, ameniza a dor, cria vínculos, ajuda a relaxar e a combater o estresse, fortalece a memória e promove o autoconhecimento. Toda vez que você ouvir música e colocar o seu esqueleto para balançar, pense nas possibilidades de aplicação da música para manter, recuperar e estimular a saúde. Segundo os profissionais da área, não existe restrições para o tratamento com a música.

Saúde

Rita Lee

Me cansei de lero-lero
Dá licença, mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar opiniões
De como ter um mundo melhor
Mas ninguém sai de cima, nesse chove-não-molha
Eu sei que agora eu vou é cuidar mais de mim
Como vai? Tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar, não vou chorar
Se por acaso morrer do coração
É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva e cheia de graça
Talvez ainda faça um monte de gente feliz
Como vai? Tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar, não vou chorar, não!
Se por acaso morrer do coração
É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva e cheia de graça
Talvez ainda faça um monte de gente feliz
 Fontes:
- Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais – Editora Três;
- Revista Mente Cérebro – Duetto Editora;
- Revista Aventuras na História – Editora Abril;
- http://g1.globo.com/bemestar.

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