O cacaueiro é uma árvore nativa da América Central e do Sul |
O cacaueiro é uma árvore nativa da
América Central e do Sul e era consumida, em forma de bebida, por várias
civilizações pré-colombianas. Segundo Joanna Farrow, em seu livro Chocolate: Receitas Doces e Salgadas
foram os maias que estabeleceram as primeiras plantações de cacau na região do
Yucatán e na Guatemala, aumentando consideravelmente suas riquezas com as
colheitas do cacau, pois estes eram considerados importantes comerciantes da
América Central. De acordo com o Popol
Vuh, o livro sagrado dos maias, a primeira bebida à base de cacau teve
origem divina, pois, foi elaborada por um casal de ancestrais míticos para o
casamento sobrenatural do seu neto, o herói Hun Hunahpu.
Na região do atual México, um povo
conhecido asteca, que, designavam a si mesmo como “mexica”, reverenciavam o
deus Quetzalcoatl, a serpente com plumas, que também era venerado em todas as
culturas mesoamericanas e era a personificação da sabedoria e do conhecimento.
Para os astecas, Quetzalcoatl trouxera as sementes do cacau do céu para o povo, que festejava as colheitas com sacrifícios humanos, oferecendo para suas vítimas taças com uma bebida chamada de “tchocolath”, que era amarga e apimentada. O imperador asteca, Montezuma II bebia uma mistura de cacau com vinho ou purê de milho fermentado, especiarias, pimentão e pimenta.
Para os astecas, Quetzalcoatl trouxera as sementes do cacau do céu para o povo, que festejava as colheitas com sacrifícios humanos, oferecendo para suas vítimas taças com uma bebida chamada de “tchocolath”, que era amarga e apimentada. O imperador asteca, Montezuma II bebia uma mistura de cacau com vinho ou purê de milho fermentado, especiarias, pimentão e pimenta.
Em 13 de agosto de 1521, Cuhautemoc,
sucessor do imperador Montezuma II (morto em 1520, não se sabe se pelas mãos
dos espanhóis, ou abatido por uma pedra arremessada pela multidão asteca), se
rendeu aos conquistadores espanhóis. Após a destruição do império asteca, o conquistador
espanhol Hernán Cortéz, impressionado com a mística que envolvia o chocolate e
com o intuito de gerar riquezas para a Espanha, estabeleceu uma plantação de
cacau para o rei Carlos V e começou a trocar as sementes de cacau por ouro. Os
espanhóis foram pouco a pouco se acostumando com o sabor do chocolate, atenuando
seu sabor amargo com a adição de mel.
Rapidamente o chocolate conquistou a
família real, o rei Carlos V tinha por hábito tomá-lo com açúcar, e os nobres
da corte espanhola. Durante todo o século XVI, os espanhóis conservaram em
segredo a descoberta do chocolate. No início do século XVII os cafés das
cidades de Veneza e Florença descobriram os segredos do chocolate. A França
sucumbiu ao chocolate a partir de 1615, quando do casamento da infanta Ana da
Áustria, que adorada a bebida, com o rei Luís XIII.
Em pouco tempo os espanhóis se deram
conta que o cacau produzido no México e na Guatemala não seria suficiente para
satisfazer o crescente consumo entre os nobres europeus, iniciando o plantio
também na Venezuela, que logo se converteu no principal fornecedor para a Europa.
Por volta de 1687, ingleses e franceses começaram a plantar o cacau em suas
colônias das Antilhas.
Com a Revolução Industrial,
o chocolate deixou de ser exclusividade da aristocracia e se tornou acessível
ao povo, se tornando objeto de comercialização. A fabricação foi aperfeiçoada
pelos holandeses e suíços no início do século XIX. Em 1819, François Louis
Cailler colocou em funcionamento a primeira fábrica de chocolates suíços. Em
1826, Philipp Suchard começou a fabricar chocolate misturado com avelãs moídas.
Daniel Peter e Henri Nestlé inventaram,
em 1875, o chocolate ao leite. A técnica de produção do chocolate que derrete
na boca, nasceu na Suíça em 1879.
Com o aumento do consumo, o número de
países que produziam o chocolate também cresceu: Brasil, Costa do Marfim,
Nigéria, Camarões, Gana, Congo, Ceilão, Sumatra, Java. A expansão das
indústrias de chocolate só teve fim em 1914, com a Primeira Guerra Mundial,
restrições foram feitas às exportações do produto. O desenvolvimento das
indústrias de chocolate só foi retomado após o final da Segunda Guerra Mundial,
em 1945, quando os fabricantes foram liberados dos racionamentos impostos pela
guerra e das restrições feitas às exportações, propiciando que o chocolate se
tornasse um dos produtos mais populares do mundo ainda hoje.
Se existe algo que não se pode duvidar
é da popularidade do chocolate. Sucesso de vendas, sucesso de consumo... Mas e
a relação do chocolate com a saúde, como anda? Segundo o guia Viva mais e viva bem 2, da Dra. Sarah
Brewer o chocolate amargo oferece benefícios inigualáveis contra o
envelhecimento, mas um detalhe tem que ser levado em conta: ele precisa conter,
no mínimo, 70% de cacau sólido (quanto mais amargo melhor para a saúde).
O chocolate amargo contém altas
quantidades de flavonoides antioxidantes (do mesmo tipo que dá uma ótima
reputação ao vinho tinto e ao chá verde). Além disso, os polifenóis presentes
são da variedade procianidinas flavonoides conhecidas como superprotetora. O
potencial antioxidante do chocolate amargo é o maior entre os superalimentos,
com extraordinários 103.971 unidades ORAC a cada 100 g. Esses antioxidantes são
benéficos para todo o corpo, especialmente o cérebro.
Segundo uma pesquisa publicada no American Journal of Hypertension,
mostrou que o consumo de chocolate amargo melhora uma série de fatores de risco
relacionados a doenças coronárias: a alta concentração de flavonoides em 100 g
tem efeito benéfico sobre as paredes dos vasos sanguíneos, diminuindo a rigidez
arterial, melhorando a dilatação e reduzindo a pressão sanguínea. Em outro
artigo publicado no British Medical Journal, cientistas concordaram que a ingestão de
100 g de chocolate amargo por dia pode reduzir o risco de um ataque cardíaco ou
derrame em 21%. Pesquisadores também
descobriram que a ingestão de 45 g do chocolate amargo por dia aumenta o fluxo
sanguíneo pelas artérias coronárias. Sem falar que o mesmo tipo de chocolate
aumenta os níveis do colesterol “bom” (HDL) e reduz o colesterol “ruim” (LDL)
em até 10%.
A ingestão do chocolate também pode ter
um impacto positivo, tanto psicologicamente como biologicamente, na sexualidade
feminina. É o que sugerem pesquisadores do hospital San Raffaele em Milão, na
Itália. Os pesquisadores descobriram, após questionar 163 mulheres, que aquelas
que comiam chocolate tinham níveis maiores de desejo que aquelas não o consumiam
diariamente.
E tem mais: o chocolate também melhora
a sensibilidade à insulina e a função do pâncreas em pessoas com baixa
tolerância à glicose. Podendo, desta forma, até a reduzir o risco de
desenvolver diabetes tipo 2.
Tendo em vista todos estes benefícios
para a saúde, se você incluir a ingestão diária de 100 g de chocolate amargo de
forma regular, juntamente com peixe, frutas, vegetais, amêndoas, alho e vinho
(150 ml), pode chegar a aumentar a expectativa média de vida em até seis anos e
meio nos homens e cinco anos nas mulheres, segundo pesquisadores revelaram no British Journal of Medicine.
Infelizmente, quando se trata de
chocolate, é que ele contém muitas calorias. Esta ingestão diária sugerida de
100 g, que é rico em antioxidantes, fornecem 510 kcal de energia que pode
contribuir para o aumento de peso.
Fontes:
- Larousse do Chocolate – Pierre Hermé;
- De caçador a gourmet – uma história
da gastronomia – Ariovaldo Franco;
- Chocolate – receitas doces e salgadas
– de Joanna Farrow;
- Revista Aventuras na História, edição
74;
- Revista National Geographic, nº 129;
- Viva mais e viva bem 2 – Dra. Sarah
Brewer – Ediouro Publicações.
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